No início de fevereiro de 2025, os professores Lorena Martoni de Freitas e Marco Antônio Sousa Alves receberam um comunicado da Fulbright, um programa de financiamento acadêmico vinculado ao governo dos Estados Unidos, solicitando que retirassem certos termos de seu projeto. As expressões relacionadas a direitos humanos, opressão de gênero, classe, raça e justiça social foram especificamente proibidas pela instituição. O caso gerou polêmica, com os docentes apontando censura e expressando o desejo de continuar com o projeto, mas sem aceitar passivamente as alterações solicitadas.
O projeto dos professores, que visa trazer o especialista Bernard Harcourt ao Brasil para palestras sobre o sistema penal norte-americano, foi aprovado pela Fulbright em 2024. A exigência de mudanças no conteúdo foi vista como um reflexo das diretrizes adotadas pelo governo dos Estados Unidos, especialmente após a posse de Donald Trump, com foco na agenda “America First” e a revisão de parcerias internacionais. A embaixada dos EUA no Brasil afirmou que estava alinhando seus programas com as políticas externas do governo, mas não confirmou uma orientação formal sobre as alterações de termos.
O episódio de censura foi apenas um dos muitos ocorridos nos primeiros dias de 2025, quando a Fundação Nacional de Ciência dos EUA iniciou uma varredura de projetos acadêmicos em busca de termos que não estivessem de acordo com as novas diretrizes governamentais. A polêmica também envolve um foco em iniciativas relacionadas à diversidade, equidade e inclusão, áreas que estão sendo reavaliadas pelo governo dos EUA desde o início da gestão de Trump.