Leandro Boldrini, ex-residente do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), teve seu registro médico cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) após ser condenado por homicídio em 2022. A decisão, tomada pelo CFM em fevereiro de 2025, foi resultado de uma contestação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que alegou que a gravidade do crime cometido por Boldrini, associado à sua condenação por homicídio quadruplamente qualificado, impossibilitava o exercício da medicina. Embora o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) tenha inicialmente absolvido o acusado de infrações éticas, a cassação do registro se tornou uma medida inédita no país, destacando a atuação administrativa do Ministério Público nesse tipo de processo.
O caso de Boldrini é diretamente ligado ao assassinato de seu filho, ocorrido em 2014, em Três Passos, no Rio Grande do Sul, e que gerou grande comoção pública. Durante o julgamento, Boldrini foi condenado a 31 anos e 8 meses de prisão por homicídio, falsidade ideológica e outros crimes, sendo responsabilizado por ser o mentor intelectual do crime. A decisão judicial sobre a cassação de seu registro médico reflete um esforço para evitar que profissionais envolvidos em crimes graves continuem a atuar na medicina, com base em princípios éticos da profissão.
Além disso, o caso gerou uma série de disputas legais, com a defesa de Boldrini contestando a decisão de cassação, apontando questões preliminares que poderão ser questionadas judicialmente nos próximos dias. O episódio também traz à tona o debate sobre os limites da atuação ética e legal de médicos condenados por crimes, além de sublinhar a responsabilidade das instituições em manter a integridade profissional.