A Associação das Escolas de Samba de Canoas (AESC) denunciou uma exigência do secretário de Cultura da cidade, condicionando a liberação de espaço para os desfiles de Carnaval de 2024 à exclusão de enredos relacionados a religiões de matriz africana, negros e à comunidade LGBTQIA+. A reunião que teria gerado a exigência aconteceu em janeiro, após a posse do novo prefeito. A prefeitura, em nota, esclareceu que, embora não possa financiar os desfiles devido a prioridades na saúde, se disponibiliza a ceder o Parque Esportivo Eduardo Gomes para as festividades e reafirmou seu compromisso com a liberdade de expressão artística e religiosa.
Após a repercussão, o secretário afirmou que não haverá desfiles de Carnaval em 2025 em Canoas, o que gerou mais críticas da AESC. A associação ainda procurou a prefeitura, buscando alternativas para viabilizar a realização do evento, mesmo sem apoio financeiro municipal. Em resposta à situação, a Federação Nacional das Escolas de Samba (FENASAMBA) classificou a atitude como um caso de intolerância religiosa e preconceito, e se ofereceu para apoiar a formalização de uma denúncia no Ministério Público.
A situação gerou um debate sobre a liberdade artística e religiosa, com a FENASAMBA destacando que o Carnaval é uma manifestação cultural inclusiva e de resistência, especialmente para as comunidades negras e LGBTQIA+. A polêmica tem atraído atenção para o papel das festividades como um reflexo da diversidade e da democracia, em confronto com as decisões da administração municipal sobre o tema.