O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) explicou, em entrevista ao Poder360, que uma das principais razões para sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados é a oposição ao Projeto de Lei da Anistia, que visa perdoar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Vieira criticou a falta de compromisso do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito para suceder Arthur Lira, em arquivar o projeto. Para ele, é essencial que o novo presidente da Câmara tenha uma posição clara sobre o tema, o que, até o momento, não foi demonstrado por Motta.
A questão da anistia é vista como um ponto crucial para a oposição, especialmente após o PL de Jair Bolsonaro se alinhar com a candidatura de Motta. O projeto, que trata do perdão aos presos pelos atos de 8 de janeiro, foi retirado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por Arthur Lira, que autorizou a criação de uma comissão especial para tratá-lo. Essa manobra foi criticada pela oposição, que acredita que a estratégia visa atrasar a tramitação e garantir apoio à candidatura de Motta.
Além da oposição ao PL da Anistia, Vieira também defendeu a transparência no uso das emendas parlamentares. O deputado criticou a falta de clareza na gestão de Lira e defendeu a eliminação das emendas de comissão, argumentando que a aplicação dessas emendas sem transparência se aproxima de uma lógica de “parlamentarismo informal”. O Psol, inclusive, protocolou ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar irregularidades nas emendas, resultando em uma suspensão temporária da liberação de recursos.