O câncer anal, embora raro, tem se tornado uma preocupação crescente no Brasil, com mais de 38 mil internações registradas nos últimos dez anos no Sistema Único de Saúde (SUS). Representando de 1% a 2% dos casos de câncer colorretal, a doença causou mais de seis mil mortes entre 2015 e 2023. Seus sintomas, como sangramentos, dor, coceira, nódulos e alterações nas fezes, muitas vezes são confundidos com problemas comuns, como hemorroidas, o que leva ao diagnóstico tardio e dificulta o tratamento eficaz.
A prevenção do câncer anal é fortemente associada à vacinação contra o HPV e ao uso de preservativos. O HPV é uma infecção sexualmente transmissível que pode permanecer no organismo de forma assintomática por anos, mas, se não tratada, pode evoluir para câncer em diversas regiões do corpo, incluindo o ânus. Desde 2024, o Ministério da Saúde ampliou o público-alvo da vacinação, oferecendo a imunização gratuitamente para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, além de pessoas com condições clínicas especiais. O uso de preservativos também é uma medida essencial na prevenção.
Entre os fatores que aumentam o risco de desenvolver câncer anal estão infecções como o HPV e o HIV, práticas de sexo anal, tabagismo, além de condições como fístula anal crônica e sistema imunológico comprometido. Quando identificado precocemente, o câncer anal possui boas chances de tratamento, que podem incluir radioterapia, quimioterapia e cirurgia. A conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce é fundamental, especialmente considerando o aumento da incidência da doença nos últimos anos.