As camisas de blocos e troças de carnaval de Pernambuco se tornaram itens de colecionador, com o apoio de artistas plásticos e designers locais. Essas peças especiais não só atraem os foliões pela arte, mas também ajudam no financiamento das agremiações, uma vez que a venda das camisas é uma importante fonte de recursos para a realização dos desfiles. Muitos blocos, como o Cariri Olindense, têm apostado em artistas para criar estampas exclusivas, gerando um vínculo emocional com o público e contribuindo para o crescimento das vendas, que, em alguns casos, já ultrapassam 100% de aumento em relação aos anos anteriores.
Os artistas locais desempenham um papel essencial nesse processo, como no caso de Joana Lira, que assinou a arte da camisa da troça Cariri Olindense, e Júlio Klenker, responsável pela arte do Elefante de Olinda. Outros nomes conhecidos também contribuíram com suas obras, como Zé Som e Jota Borges, criando designs exclusivos para diversos blocos de carnaval. Além de valorizar a arte pernambucana, as camisas se tornaram um símbolo de apoio e pertencimento, sendo desejadas pelos foliões não apenas para apoiar as agremiações, mas também como uma forma de exibir a criatividade dos artistas locais.
O fenômeno das camisas artísticas tem atraído até mesmo novos artistas para o mercado, como o caso de Aluízio Câmara, que iniciou sua trajetória criando obras durante a pandemia e se consolidou no cenário carnavalesco com as camisas do Homem da Meia Noite e do Guaiamum Treloso. Essas camisas, com designs feitos à mão e inspirados na cultura pernambucana, têm sido um sucesso de vendas e gerado um retorno positivo tanto para os artistas quanto para os blocos. A tendência de associar arte à festividade é vista como uma forma de dar ainda mais valor à cultura do carnaval e fortalecer a economia criativa do estado.