No início do ano Legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, optou por pautas mais brandas e de consenso, dando início ao trabalho com uma agenda de menor controvérsia. Contudo, a situação deve mudar após o Carnaval, quando temas mais delicados e disputados devem entrar em pauta, como a liberação das emendas parlamentares, a distribuição de ministérios e o controle das comissões temáticas. Esses assuntos estão sendo debatidos nos bastidores e geram tensão entre os parlamentares, com foco em como o Orçamento e as emendas serão tratados.
O andamento da aprovação do Orçamento de 2025 também está atrelado à liberação das emendas parlamentares, um ponto de discórdia que ainda precisa ser resolvido. A insatisfação com a demora na liberação das verbas tem travado a análise do projeto. Além disso, o governo Lula enfrenta discussões internas sobre a reforma ministerial, que promete alterar a distribuição de pastas, com partidos buscando maior representatividade. O PSD, por exemplo, quer uma pasta de maior peso do que a atual, enquanto o PDT e o PSB também exigem mais espaço, alegando lealdade nas votações.
Outro tema relevante é a disputa pela presidência das comissões temáticas da Câmara, especialmente a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Diversos partidos, como o União Brasil e o MDB, cobiçam a liderança dessa comissão, mas o PL, por ter a maior bancada, não pretende abrir mão do cargo sem uma compensação. As discussões sobre essas divisões de poder refletem o impasse que domina o cenário político da Casa. Além disso, persiste o debate sobre a proposta de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, que continua gerando resistência, tanto da oposição quanto da base governista.