O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, destacou a disposição do Congresso para discutir propostas de isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil, mas ressaltou a necessidade de que o governo apresente medidas compensatórias para viabilizar a medida. Ele enfatizou a importância de manter responsabilidade fiscal nas ações do Executivo, sem que o aumento da arrecadação seja a única solução para a economia. Motta sugeriu que uma possível alternativa seria a taxação dos super-ricos, como forma de subsidiar benefícios.
O presidente da Câmara também reafirmou a boa vontade da Casa em apoiar a agenda econômica do governo, especialmente em áreas como investimentos públicos, programas sociais, parcerias público-privadas e turismo. No entanto, ele reiterou que o governo deve continuar comprometido com a responsabilidade fiscal, mencionando que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem convergido com essa pauta. Motta aguardou a apresentação dos projetos prioritários do governo e se comprometeu a coordenar uma agenda de trabalho com os líderes parlamentares.
Em relação aos vetos do presidente Lula, Motta informou que há uma tendência no Congresso para derrubar os vetos relacionados a aspectos da reforma tributária, especialmente no que diz respeito aos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e ao Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). O governo, por sua vez, argumenta que a Constituição já define os benefícios fiscais e isenções aplicáveis, o que gerou divergências sobre a viabilidade da inclusão desses fundos na reforma.