A Câmara Argentina do Aço (CAA) solicitou ao governo de Javier Milei uma coordenação com base no diálogo para reverter a tarifa de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre a importação de aço. A medida foi anunciada nesta semana, e a CAA ressaltou a necessidade de uma aliança estratégica com os EUA para enfrentar o problema da superprodução de aço, especialmente devido ao comércio desleal praticado pela China. A Argentina, com participação de apenas 0,20% da produção global de aço, é vista como um fornecedor complementar e confiável para a indústria norte-americana.
A imposição das tarifas reflete a continuação da política comercial dos EUA, que já havia determinado em 2018 uma cota de importação de 180 mil toneladas de aço argentinas isentas de tarifas. No entanto, a recente decisão de aplicar tarifas em setores chave da produção de aço, como os tubos petrolíferos, tem gerado preocupações. A CAA afirmou que as exportações argentinas para os EUA nos últimos anos seguiram rigorosamente as quotas acordadas, com exportações de 100 a 110 milhões de dólares em 2023 e 2024.
Empresas argentinas como Aluar e Tenaris, que destinam grande parte de suas exportações para os Estados Unidos, seriam as mais afetadas pela tarifa. A Aluar, por exemplo, exporta 40% de sua produção para o mercado norte-americano. O governo de Milei, que visitará os EUA na próxima semana, busca explorar a relação estratégica com o governo de Donald Trump para solucionar a questão, o que pode incluir uma reunião bilateral entre os presidentes.