Em 2024, a região de Piracicaba, em São Paulo, registrou uma média de 109 dias com temperaturas acima de 35ºC, refletindo um ano recorde de calor. Durante esse período, algumas cidades da região, como Capivari e Ipeúna, experimentaram até 132 dias de calor extremo. As temperaturas máximas nas cidades variaram entre 37ºC e 40ºC, com Piracicaba e São Pedro alcançando os 40ºC. Esse aumento nas temperaturas foi detectado por dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foi parte de uma análise realizada pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden).
Os dados indicam que, em 2024, mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram calor extremo, afetando principalmente o Norte do país, onde a seca foi histórica e as temperaturas elevadas intensificaram os impactos. Esse cenário contribuiu para o aumento de queimadas e teve relação com o crescimento no número de casos de doenças como a dengue. O fenômeno também foi identificado como uma consequência das mudanças climáticas, e a pesquisadora Sandra Hacon, da Fiocruz, alerta que os impactos à saúde pública precisam ser encarados como uma emergência.
A pesquisa do Cemaden utilizou dados históricos de temperaturas entre 2000 e 2024, estabelecendo um limite para os dias de calor extremo. Com base nesses dados, o levantamento também revelou que mais de 5.500 municípios brasileiros foram impactados por temperaturas acima do normal. O estudo reforça a urgência de políticas de saúde pública para mitigar os riscos à vida, principalmente em regiões mais vulneráveis.