Em 2024, o Pará enfrentou um aumento alarmante de dias com calor extremo, destacando-se com 228 dias de altas temperaturas em Melgaço e 212 dias em Belém. Essas condições afetaram mais de 4 milhões de pessoas no estado, o que representa cerca de 70% dos brasileiros que vivenciaram esse tipo de estresse térmico. O fenômeno foi agravado pelo desmatamento, que, embora tenha apresentado uma redução no último ano, continua sendo uma das maiores preocupações ambientais da região. O estado concentra uma parte significativa das queimadas no Brasil, o que tem prejudicado tanto a saúde da população quanto o equilíbrio climático local.
Além das altas temperaturas, a seca também foi um grande desafio, com várias cidades do estado enfrentando níveis históricos de estiagem. A combinação de calor extremo e falta de água gerou uma série de impactos sociais e econômicos, especialmente em comunidades ribeirinhas e em áreas isoladas, como Melgaço. A escassez de recursos e a falta de infraestrutura dificultam o acesso da população a serviços essenciais, o que intensificou a vulnerabilidade das populações mais afetadas. A saúde também foi comprometida, com um aumento nos casos de desidratação, insolação e doenças cardiovasculares, principalmente entre os idosos.
Em resposta, o governo do Pará tem implementado ações para combater o desmatamento e reforçar a capacidade de combate a incêndios. Apesar de os índices de desmatamento mostrarem uma queda, ainda há desafios significativos, com a floresta amazônica permanecendo altamente vulnerável. O estado busca equilibrar as necessidades de preservação ambiental e desenvolvimento econômico, com destaque para as discussões sobre a COP30, que ocorrerá em Belém e pretende debater soluções para as mudanças climáticas e a transição energética. No entanto, o impacto contínuo do desmatamento e das queimadas ainda representa um obstáculo considerável para o futuro da região.