O ano de 2024 foi marcado como o mais quente da história, afetando fortemente as cidades da região de Campinas, no interior de São Paulo, com uma média de 113 dias com temperaturas superiores a 35ºC. Santo Antônio de Posse registrou o pior cenário, com temperaturas atingindo 40ºC por 138 dias consecutivos. A pesquisa, realizada a partir de dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelou que mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram dias de calor extremo no ano passado. As condições também geraram queimadas e recordes de temperatura em diversas localidades.
Em Campinas, a temperatura máxima foi de 39ºC em 119 dias, enquanto outras cidades como Jaguariúna também experimentaram picos de 40ºC. Apesar das altas temperaturas, Monte Alegre do Sul foi a cidade que registrou menos dias de calor extremo, com 84 dias de máximas de 37ºC. O aumento da incidência de ondas de calor e o grande número de incêndios, especialmente em áreas como São Paulo, indicam uma tendência crescente no número de eventos climáticos extremos na região Sudeste do Brasil.
O impacto das altas temperaturas também é um problema de saúde pública. O estresse térmico, que mede os riscos à saúde causados pelo calor intenso, é uma preocupação crescente. O Ministério da Saúde aponta que, em 14 anos, quase 60 mortes foram registradas devido ao calor, mas os especialistas alertam que esse número é subestimado. A falta de um acompanhamento efetivo das mortes relacionadas ao calor evidencia a urgência de políticas públicas para proteger a população dos efeitos adversos dessas condições extremas.