Em Rondônia, um rebanho de búfalos selvagens, que se reproduz sem controle há mais de 50 anos, está causando graves impactos ambientais em várias reservas protegidas. Introduzidos originalmente para um projeto de exploração de carne e leite, os animais se tornaram uma espécie invasora, sobrecarregando o ecossistema local e competindo com espécies ameaçadas como o cervo-do-pantanal e a onça-pintada. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação contra o governo estadual e o Instituto Chico Mendes (ICMBio), solicitando a erradicação da espécie e a implementação de um plano de controle.
Estudos apontam que os búfalos, ao abrirem trilhas e canais para seus deslocamentos, alteram o curso das águas e destroem os habitats naturais das reservas, resultando na perda significativa de áreas alagadas e prejudicando a biodiversidade. Com a falta de predadores naturais e sem monitoramento, os animais têm se multiplicado rapidamente, e estima-se que até 2030 o número de búfalos possa alcançar 50 mil exemplares. A falta de um plano eficaz para controlar a população tem gerado preocupação com o futuro dessas áreas protegidas.
O governo de Rondônia, por sua vez, reconhece a complexidade do problema e está desenvolvendo um projeto para mitigar os impactos causados pelos búfalos, embora a dificuldade logística e a falta de infraestrutura nas regiões afetadas dificultem a execução de medidas eficazes. O ICMBio também estuda as melhores alternativas para a remoção dos animais, levando em consideração os desafios impostos pela geografia local e a necessidade de proteger o meio ambiente.