Em “Mad About the Boy”, Bridget Jones retorna em uma nova fase da vida: viúva e mãe solteira. A trama acompanha a protagonista enquanto ela enfrenta a dor da perda, a vida de mãe e os desafios dos aplicativos de namoro, mas de uma maneira incomum para os filmes românticos. Diferente das tradicionais personagens femininas que, após a perda de um parceiro, se retraem emocionalmente, Bridget escolhe viver de forma vibrante e até mesmo intensa. A narrativa quebra a expectativa de um luto contido, substituindo-o por uma história de resiliência e prazer, representada por seu envolvimento com um homem mais jovem.
Ao contrário de muitas histórias de romance, onde o luto feminino é tratado como um obstáculo a ser superado antes de se permitir um novo amor, Bridget desafia essa abordagem. No cinema romântico, é comum que as mulheres passem por um longo processo de autorreflexão e espera até serem “permitidas” a experimentar o desejo novamente. O texto menciona personagens como a de Hilary Swank em “P.S. I Love You”, que só retoma sua vida amorosa após um sinal de seu falecido marido, e a personagem de Demi Moore em “Ghost”, que permanece emocionalmente ligada ao falecido, optando pela lembrança ao invés de seguir em frente.
Bridget Jones, portanto, redefine a forma como o luto é abordado nas comédias românticas. Em vez de uma jornada de sofrimento contínuo, ela exemplifica que a cura pode ser algo multifacetado, onde momentos de prazer e novas experiências não são antagônicos ao processo de luto, mas sim uma parte natural dele. A personagem, fiel a sua essência de caos e carisma, mostra que não há uma única maneira de lidar com a perda, e que a vida pode seguir em frente de forma surpreendente, leve e até mesmo sensual.