O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante a Primeira Reunião de Sherpas da Presidência Brasileira do Brics, que o bloco busca reduzir as assimetrias nas relações internacionais, com foco em questões como a paz, o meio ambiente e novos desafios, como a governança da inteligência artificial. Lula ressaltou a importância da cooperação em saúde global, mencionando iniciativas para combater doenças tropicais e socialmente determinadas, especialmente em regiões mais vulneráveis. O presidente também enfatizou o papel do Brics na promoção de um comércio mais integrado e a necessidade de desenvolver alternativas ao sistema financeiro tradicional, como o uso de moedas locais nas operações comerciais.
Além dos desafios sanitários, a presidência brasileira propôs a criação de um mecanismo para fortalecer a governança da inteligência artificial. Lula alertou sobre os riscos de um monopólio dessa tecnologia por poucos países e empresas e defendeu uma abordagem mais justa, com um foco no Sul Global. O Brasil também está comprometido com a criação de plataformas de pagamento alternativas que visem a reduzir os custos das transações comerciais entre as nações do bloco. Essas medidas, segundo o presidente, são essenciais para diminuir a dependência do sistema financeiro global e aumentar a autonomia das economias emergentes.
A reunião de sherpas, que contou com a presença de representantes dos países-membros do Brics e de países parceiros, teve como objetivo discutir as prioridades para a Cúpula de Líderes, marcada para julho no Rio de Janeiro. Entre os temas em pauta estão o financiamento de ações contra a mudança climática, o desenvolvimento institucional do Brics e a necessidade de uma maior integração econômica. A presidência brasileira pretende usar este fórum para fortalecer a ideia de um mundo multipolar, com mais equidade e cooperação entre as nações.