Dois brasileiros, vítimas de tráfico humano em Mianmar, relataram as condições desumanas a que foram submetidos enquanto estavam presos em uma fábrica no país asiático. Sob ameaças e tortura, eles foram forçados a aplicar golpes digitais, fazendo-se passar por modelos em redes sociais e atraindo vítimas com promessas falsas de emprego. Durante o período em que permaneceram reféns, os brasileiros eram obrigados a trabalhar 15 horas por dia e enfrentaram maus-tratos, incluindo agressões físicas e psicológicas, enquanto tentavam cumprir metas impostas pela máfia.
A proposta inicial de emprego, que parecia promissora, revelou-se uma armadilha, com condições de trabalho precárias e uma remuneração muito inferior ao prometido. Ao se darem conta da fraude, os dois brasileiros, juntamente com outros estrangeiros, começaram a planejar a fuga. A situação se tornou ainda mais crítica quando os dois foram capturados por milícias locais após escaparem, mas, graças ao apoio de uma organização não governamental, conseguiram ser resgatados e encaminhados a um centro de detenção.
Apesar da grave situação e do resgate bem-sucedido, a atuação do Ministério das Relações Exteriores e da embaixada brasileira foi criticada pelas famílias dos resgatados. Segundo relatos, a ONG foi a principal responsável pela pressão que resultou no resgate, uma vez que as autoridades brasileiras não tomaram medidas efetivas para resolver o caso. A fuga dos brasileiros e o resgate de outras vítimas de tráfico humano evidenciam a necessidade urgente de mais ação por parte dos governos e organizações internacionais no combate a esse crime.