Dois brasileiros foram vítimas de tráfico humano e escravidão em Mianmar, no sudeste asiático, após aceitarem falsas ofertas de emprego. Durante meses, foram forçados a aplicar golpes cibernéticos, enganando pessoas de diferentes países, enquanto sofriam severas punições caso não cumprissem as metas estabelecidas pelos responsáveis. As condições de trabalho eram desumanas, com jornadas de até 22 horas por dia e vigilância constante. As vítimas relatam experiências de agressões físicas e psicológicas, incluindo o uso de eletrochoques e outros tipos de punições físicas.
Após semanas de tentativas frustradas de fuga, os dois brasileiros, junto a outros imigrantes, conseguiram escapar e foram eventualmente resgatados por um grupo rebelde da região. Em seguida, foram levados para um centro de detenção na Tailândia, onde aguardaram o repatriamento com a ajuda de uma ONG que trabalha no combate ao tráfico de pessoas. Durante esse processo, as famílias dos brasileiros buscaram apoio das autoridades, como a Embaixada Brasileira, e alertaram sobre os perigos de ofertas de trabalho fraudulentas.
Com a ajuda de organizações internacionais, os brasileiros conseguiram finalmente ser repatriados. As autoridades brasileiras, por meio do Itamaraty, enfatizaram os esforços contínuos para a proteção de nacionais no exterior e destacaram a importância de informar sobre os riscos associados a trabalhos em plataformas digitais no sudeste asiático. O caso destaca a crescente preocupação com o tráfico de pessoas na região e a necessidade de maior conscientização sobre as armadilhas presentes em falsas ofertas de emprego.