O Brasil tem um enorme potencial para liderar a transição global para uma economia de baixo carbono, aproveitando seus vastos recursos naturais, como florestas nativas, biodiversidade e reservas de água doce. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a criação de um mercado regulado de carbono, que permitiria às empresas comercializar permissões de emissões de gases de efeito estufa. Esse mercado, que já movimenta bilhões de dólares globalmente, visa não apenas mitigar o aquecimento global, mas também estimular a economia verde, atrair investimentos e gerar empregos sustentáveis, além de combater o desmatamento ilegal e promover a bioeconomia.
Dentro dessa estratégia, a regulamentação do mercado de carbono é vista como essencial para garantir a transparência e a participação do setor privado, com mecanismos de estabilização de preços e um compromisso gradual de adoção de práticas mais sustentáveis. O governo e a indústria também buscam impulsionar a transição energética, com investimentos em energias renováveis, eficiência energética e biocombustíveis, além de buscar soluções inovadoras no setor de transporte, como a aviação civil, que adotará novos padrões de compensação de emissões a partir de 2027.
Diversas indústrias já estão adotando práticas de descarbonização. Empresas de papel e celulose, como a Suzano, estão investindo em tecnologias de gásificação de biomassa e recuperação de áreas degradadas, além de realizar grandes programas de plantio florestal e certificação de créditos de carbono. O setor de óleo e gás também prevê investimentos expressivos para reduzir suas emissões, combinando tecnologias de captura de carbono e compensação. Essas ações refletem a crescente responsabilidade do setor industrial brasileiro no avanço da transformação ecológica e na construção de uma economia mais sustentável.