O Brasil registrou uma queda no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, obtendo 34 pontos e ocupando a 107ª posição no ranking global, a pior colocação desde 2012. Em comparação com 2023, o país perdeu dois pontos e caiu três posições, refletindo uma tendência de estagnação na luta contra a corrupção. O IPC é medido por uma série de pesquisas feitas por organizações internacionais que avaliam a percepção da corrupção no setor público, com ênfase em fatores como falta de transparência e políticas públicas ineficazes.
A Transparência Internacional destacou que fatores como o silêncio do governo em relação à agenda anticorrupção, o uso questionável de justificativas para a negação de acesso a informações e o envolvimento de setores políticos com práticas ilícitas contribuem para essa percepção negativa. A presença do crime organizado em instituições estatais foi apontada como uma preocupação crescente, mostrando que o Brasil está vivenciando um processo de captura do Estado pela corrupção, o que compromete a integridade das suas instituições.
O índice global revelou que o Brasil está abaixo da média das Américas (42 pontos) e do mundo (43 pontos), com o Uruguai liderando a região. Embora países como Dinamarca, Finlândia e Cingapura permaneçam no topo, a situação no Brasil evidencia desafios estruturais no combate à corrupção e a necessidade de reformas profundas para reverter essa trajetória negativa. O país ocupa a posição mais baixa em sua história, e a transparência e a governança eficaz continuam sendo questões centrais para melhorar a percepção da população e da comunidade internacional.