O Brasil caiu no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, obtendo 34 pontos, o que representa a pior posição da série histórica. O índice avalia a percepção de especialistas sobre a corrupção no setor público de 180 países, com base em uma metodologia que permite comparar os dados ao longo do tempo. A pontuação brasileira ficou abaixo da média da América Latina (42 pontos) e do mundo (43 pontos), refletindo uma piora na percepção sobre o combate à corrupção no país.
Diversos fatores são apontados como responsáveis pela queda do Brasil no ranking, incluindo a falta de um posicionamento claro do governo sobre o tema, além de ações como a renegociação de acordos de leniência e a manutenção de figuras envolvidas em investigações de corrupção em cargos importantes. O relatório também destaca a falta de avanços em propostas legislativas que poderiam impactar positivamente a agenda anticorrupção.
Por outro lado, a Controladoria-Geral da União (CGU) emitiu uma nota destacando as limitações do IPC, afirmando que o índice se baseia na percepção e não na realidade da ocorrência de corrupção, o que pode gerar distorções. A CGU ressaltou os avanços concretos no Brasil no combate à corrupção, como o fortalecimento da transparência e a ampliação de ações contra fraudes. A instituição defende que o debate sobre corrupção deve ser mais técnico e fundamentado, levando em consideração as complexidades do tema e os progressos alcançados.