O Brasil registrou uma queda significativa no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), elaborado anualmente pela Transparência Internacional, alcançando sua pior pontuação desde o início da série histórica em 2012. O país, que ocupava a 96ª posição em 2022, caiu para o 104º lugar em 2023 e, em 2024, despencou ainda mais para a 107ª posição, recuando 38 lugares nos últimos dez anos. Essa queda coloca o Brasil em uma posição próxima a países como Argélia, Nepal, Tailândia e Turquia, o que reflete uma percepção crescente de corrupção no setor público.
A Transparência Internacional destaca diversos fatores que contribuíram para a deterioração da imagem do Brasil no ranking, como o silêncio do governo federal sobre questões de anticorrupção, a falta de transparência em projetos como o Novo PAC e o aumento da ingerência política em empresas estatais. A abordagem das emendas parlamentares e a repactuação de acordos com empresas envolvidas em investigações de corrupção também são apontados como pontos críticos. Esses aspectos têm gerado preocupações entre especialistas, apesar de a Controladoria-Geral da União (CGU) afirmar que a queda deve ser interpretada com cautela, ressaltando as limitações metodológicas dos índices de percepção.
No cenário global, os países mais bem classificados incluem Dinamarca, Finlândia e Cingapura, enquanto as nações mais afetadas pela corrupção são o Sudão do Sul, Somália e Venezuela. Na América Latina, os países com melhor desempenho são o Uruguai, Chile e Costa Rica, enquanto o Brasil compartilha uma posição semelhante à da Argentina. A CGU tem enfatizado que trabalha constantemente para identificar e corrigir riscos de corrupção, embora reconheça que a corrupção é um fenômeno complexo que não pode ser completamente mensurado por qualquer indicador único.