O governo brasileiro não se surpreendeu com o anúncio de Donald Trump de adotar tarifas de 25% sobre o aço e alumínio importados pelos Estados Unidos, considerando que essas medidas já haviam sido aplicadas durante sua primeira gestão. A expectativa em Brasília era de que tais tarifas voltassem a ser implementadas no início da segunda passagem de Trump pela Casa Branca. A avaliação preliminar da área econômica brasileira é que a medida não foi totalmente negativa, uma vez que as tarifas são gerais e não específicas para o Brasil.
Apesar disso, a decisão gera apreensão nas siderúrgicas brasileiras, já que os produtos semiacabados de aço representam uma parte significativa das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Em 2024, as vendas desses produtos alcançaram US$ 2,8 bilhões, correspondendo a quase 7% do total exportado para o mercado americano. O governo brasileiro, por meio de assessores da área econômica, defende uma abordagem cautelosa, buscando negociar com os Estados Unidos sem adotar uma postura combativa imediata.
Além das tarifas sobre aço e alumínio, o governo brasileiro também esperava uma pressão da Casa Branca sobre o setor de etanol, após a redução das alíquotas de importação para o produto durante a primeira gestão de Trump. Com a volta das tarifas em 2023, a situação tornou-se um ponto de interesse para o Brasil, que tem interesse em evitar novos impactos negativos no comércio. Contudo, a falta de canais de comunicação diretos com o governo Trump representa um desafio adicional para o Brasil, dificultando o processo de negociação e resolução das questões comerciais.