Durante a presidência do Brasil no bloco dos Brics, o país se prepara para apresentar dois relatórios sobre o setor energético, com foco em soluções para a transição energética e o aumento do acesso à energia elétrica, especialmente como estratégia para combater a pobreza energética. O Ministério de Minas e Energia (MME) participou da primeira reunião de energia do bloco, realizada em fevereiro, e discutiu propostas para compartilhar com os países membros, abordando políticas públicas adotadas pelo Brasil, como o programa Luz para Todos, para ampliar o acesso à energia em áreas remotas e em situação de vulnerabilidade.
O Brasil tem adotado soluções descentralizadas, como o uso de placas solares e baterias para armazenar energia, especialmente em locais onde a rede elétrica não chega. A ideia é que o relatório sirva como um repositório de informações sobre diferentes estratégias que podem ser aplicadas por cada país de acordo com suas realidades locais. Além disso, o Brasil defende que é possível combinar a transição energética com segurança energética, embora reconheça que tecnologias ainda estão em desenvolvimento e carecem de escalabilidade, além de modelos financeiros que atraiam investidores privados.
Os Brics, que agora conta com dez membros plenos, discutem temas como a implementação de biocombustíveis e a descarbonização de suas matrizes energéticas. A presidência brasileira busca promover uma agenda de cooperação para fortalecer os sistemas de energia de forma sustentável e acessível, com foco também na mobilização de atores internacionais como bancos multilaterais. Em julho, o Brasil sediará a cúpula do bloco, onde as discussões sobre essas questões continuarão a ser aprofundadas.