Durante a presidência do Brasil no bloco Brics, o país se comprometeu a desenvolver uma plataforma que permita aos membros utilizarem suas próprias moedas para o comércio, com o objetivo de reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais. A medida, em resposta a uma ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, busca fortalecer a cooperação econômica dentro do bloco, promovendo sistemas de pagamento mais acessíveis, seguros e inclusivos. A ideia de desdolarizar o comércio não é nova, mas ainda precisa de maior clareza quanto à sua implementação prática.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que o Brics deve ser um espaço de soluções diplomáticas e econômicas, principalmente diante do unilateralismo e do extremismo que afetam a estabilidade global. A proposta de usar moedas locais no comércio entre os países do bloco poderia reduzir vulnerabilidades externas, diminuindo a necessidade de recorrer ao dólar, como apontam os especialistas. No entanto, o Brasil ainda precisa definir claramente até que ponto essa iniciativa representa uma alternativa real à hegemonia do dólar no comércio global.
Além da desdolarização, o Brasil planeja reforçar a cooperação em áreas como inteligência artificial, infraestrutura e tributação. A reforma das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, também faz parte das prioridades da presidência brasileira, visando aumentar a representação dos países em desenvolvimento. O Brasil continuará a promover a expansão do uso de moedas locais e a aprimorar mecanismos como o Novo Banco de Desenvolvimento, que busca melhorar as condições financeiras dos países do Brics em tempos de crise.