O Brasil apresenta uma carga tributária elevada em comparação com outros países emergentes, alcançando 33% do PIB, enquanto a média dos países em desenvolvimento é de cerca de 20%. O economista Marcos Mendes destaca que a dívida pública está em ascensão, sem perspectivas de controle por meio do aumento da carga tributária. A combinação de altos impostos e um déficit fiscal persistente agrava a situação, tornando cada vez mais difícil encontrar soluções que equilibrem as contas públicas.
Mendes também critica a rigidez das despesas públicas no Brasil, que são majoritariamente constitucionalizadas, com destaque para os gastos com benefícios previdenciários e assistenciais. Essas despesas seguem regras de crescimento acima da inflação e encontram grande resistência política a mudanças. Segundo o economista, a constituição de grupos de interesse no Congresso favorece a criação de subsídios específicos para setores, dificultando ainda mais o controle da despesa pública.
O economista observa que a formação de bancadas que defendem interesses particulares fortalece a resistência a ajustes fiscais. A atuação de lobbies que garantem benefícios tributários para indústrias, igrejas e profissionais específicos contribui para a rigidez fiscal. Para Mendes, essa situação é mais intensa no Brasil, onde as pressões políticas dificultam qualquer reforma necessária para ajustar a estrutura fiscal do país.