O negociador-chefe do Brasil no Brics, Maurício Lyrio, destacou que o grupo não deve ser visto como uma oposição aos Estados Unidos, mas sim como uma aliança voltada para o desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Lyrio enfatizou que o Brics foi criado para promover o crescimento econômico, e sua expansão, iniciada em 2023 com a entrada de novos membros, visa aumentar a cooperação global, não gerar antagonismo. O Brasil, presidindo temporariamente o bloco, busca fortalecer a integração entre os países para enfrentar desafios globais, como a crise climática e a pobreza.
Especialistas, por outro lado, sugerem que a recente ampliação do Brics pode fortalecer a influência geopolítica de potências como Rússia e China, especialmente em relação aos Estados Unidos. Embora a entrada de países como Cuba e Bolívia não tenha grande impacto econômico direto no bloco, esses especialistas afirmam que a ampliação aproxima a América Latina dos interesses de Moscou e Pequim, ampliando a interação regional com essas potências. A tensão comercial com os EUA, especialmente com a administração Trump, é vista como um fator que pode incentivar os países do Brics a buscar alternativas no comércio internacional.
Além disso, o Brasil tem priorizado discussões sobre a adoção de novas formas de pagamento no comércio entre os membros, com a proposta de reduzir a dependência do dólar. O Brics também está focado em iniciativas de cooperação financeira e em promover investimentos em setores sustentáveis. O tema da inteligência artificial também ganhou destaque, com o Brasil propondo uma governança internacional para o desenvolvimento ético da tecnologia, visando seu uso para resolver questões globais como saúde e pobreza.