O Brasil registrou sua pior posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) em 2024, alcançando a 107ª colocação em um ranking de 180 países. O país obteve 34 pontos, uma queda de 2 pontos em relação ao ano anterior, refletindo uma piora na percepção de integridade no setor público. O ranking, divulgado pela Transparência Internacional, é baseado na avaliação de especialistas e empresários sobre o nível de corrupção, sendo que quanto maior a pontuação, melhor a percepção de transparência. Esse resultado marca um retrocesso, já que o Brasil esteve em melhor posição no passado, com destaque para 2012, quando atingiu 43 pontos.
A Transparência Internacional aponta a continuidade de práticas problemáticas que agravam o quadro de corrupção no país. A presença de questões como a influência de empresários envolvidos em esquemas de corrupção e a falta de transparência em processos governamentais são fatores que alimentam essa percepção negativa. Além disso, a ONG menciona a falha do governo em combater eficazmente a corrupção, citando a falta de uma agenda clara e ações decisivas por parte do Executivo. Em contrapartida, há algumas iniciativas que buscam avanços, como novas regras de transparência em emendas parlamentares e a criação de um plano de integridade para o período de 2025 a 2027.
O aumento da percepção da corrupção também é evidenciado por uma pesquisa nacional, realizada no início de 2025, que aponta um crescimento na avaliação negativa dos brasileiros sobre o tema. Embora o governo tenha criticado os resultados do índice de 2023, questionando sua metodologia, especialistas alertam que as críticas sobre o IPC devem ser levadas a sério para evitar diagnósticos errôneos. Apesar das críticas, o governo de diferentes gestões utilizou o mesmo índice em momentos passados para criticar administrações anteriores, o que reflete a relevância e o impacto desse indicador nas discussões sobre corrupção no Brasil.