O governo brasileiro anunciou, em 18 de fevereiro de 2025, a adesão do país à carta de cooperação da Opep+, um grupo de países produtores de petróleo. A decisão, que foi oficializada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi tomada após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e gerou reações negativas de ambientalistas e especialistas do setor. Embora o ministro tenha destacado que a adesão não impõe obrigações vinculantes ao Brasil e se trata de um fórum de discussão estratégica, críticos apontaram que o movimento pode prejudicar os compromissos climáticos do país.
A entrada do Brasil na Opep+ foi vista com preocupação por organizações como o Greenpeace Brasil e a WWF-Brasil, que consideram o passo um retrocesso em relação às metas de transição para energias renováveis. A Opep+, composta por países produtores de petróleo e aliados, tem como objetivo influenciar políticas do setor, e especialistas criticam a ênfase no petróleo enquanto alternativas sustentáveis ganham relevância no cenário global. Para ambientalistas, essa decisão pode enfraquecer o papel do Brasil nas discussões sobre mudanças climáticas, especialmente com a COP-30 programada para 2025.
O governo, por sua vez, defende que a adesão fortalece a posição geopolítica do Brasil no setor energético e pode abrir portas para novos investimentos. O ministro Silveira também se mostrou otimista quanto à continuidade do país em fóruns de energias renováveis, como a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). Contudo, a medida gerou tensões internas, com pressões sobre o Ibama para acelerar o licenciamento de projetos de exploração na região da Foz do Amazonas, o que tem gerado críticas sobre uma possível flexibilização das normas ambientais.