O Brasil anunciou sua decisão de aceitar o convite da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) para ingressar no grupo de aliados da Opep+, formado por países que não fazem parte da organização, mas colaboram em políticas relacionadas ao mercado de petróleo. A Opep, criada em 1960, é composta por grandes produtores como Arábia Saudita, Irã e Venezuela, e o Brasil se unirá a um grupo que atua em estratégias de produção e negociação de petróleo. A decisão foi tomada após uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e foi comunicada pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A adesão à Opep+ ocorre em um contexto de crescente pressão climática global, e gerou reações negativas de ambientalistas. Camila Jardim, do Greenpeace Brasil, criticou a ação do governo, apontando que o Brasil, ao integrar um grupo que visa controlar a oferta de petróleo para manter preços altos, contradiz seu papel de liderança climática, especialmente considerando a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que o país sediará em 2025. Para o Greenpeace, o Brasil deveria focar em outras formas de transição energética e economia de baixo carbono, alinhadas aos compromissos do Acordo de Paris.
O ministro Silveira, por sua vez, defendeu a decisão, afirmando que não há contradição em participar do fórum de discussão sobre transição energética, e destacou sua própria posição como ambientalista. Ele explicou que a adesão à Opep+ representa uma carta de cooperação e uma plataforma para debater estratégias de produção de petróleo. A medida também faz parte de um processo maior de integração do Brasil a outras entidades internacionais voltadas para a energia, como a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena).