O Bradesco alcançou um lucro líquido recorrente de R$ 19,5 bilhões em 2024, representando um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O resultado foi impulsionado pela recuperação das margens, especialmente no crédito, e pela maior participação na Cielo, o que fortaleceu a receita com serviços. A carteira de crédito totalizou R$ 981,6 bilhões, com destaque para a alta de 17,9% nas operações para grandes empresas. Além disso, o banco obteve uma redução na inadimplência, com a taxa fechando em 4% ao final do ano.
O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, destacou que o banco superou as metas de lucro previstas para 2024, com um crescimento expressivo em linhas de crédito de alta margem, apesar dos spreads menores. No entanto, ele afirmou que 2025 será um ano mais desafiador, especialmente para empresas de médio porte, devido ao cenário de juros elevados. Apesar disso, Noronha não prevê uma piora significativa no crédito para pessoas físicas, dada a baixa taxa de desemprego e o aumento da renda.
Em termos de rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) subiu para 12,7% no quarto trimestre de 2024, uma melhoria de 5,8 pontos porcentuais em relação ao ano anterior, embora ainda abaixo de outros grandes bancos. As receitas com serviços também apresentaram crescimento significativo de 13,7%, com destaque para a incorporação das receitas da Cielo. O banco também avançou em sua reestruturação, fechando mais de 1.300 pontos de atendimento e aumentando sua base de clientes em 2,1 milhões. A gestão projeta um crescimento mais modesto para o crédito em 2025, com foco na sustentabilidade e na rentabilidade líquida.