O Bradesco avaliou que a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço dos Estados Unidos poderia reduzir em até US$ 700 milhões as exportações brasileiras do produto. Em 2024, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões em aço para os EUA, com o país produzindo cerca de 80 milhões de toneladas de aço anualmente. Apesar do impacto potencial, o banco destacou que a natureza dos produtos exportados, especialmente os semi-acabados, pode reduzir a sensibilidade ao aumento de preços, atenuando o efeito sobre as exportações.
O relatório também comparou as tarifas impostas pelo Brasil e pelos EUA, apontando que as tarifas brasileiras, com uma média de 11,3%, são mais altas, principalmente para bens de consumo, enquanto os EUA aplicam uma taxa média de 2,2% sobre os produtos brasileiros. Em um cenário de reciprocidade, onde os EUA aumentam suas tarifas para 25%, as exportações brasileiras poderiam ser reduzidas em até US$ 6,5 bilhões, com impacto maior sobre bens intermediários e combustíveis. O banco também simulou o impacto de uma possível retaliação do Brasil, o que resultaria em uma perda de US$ 4,5 bilhões em importações dos EUA, com reflexos na inflação.
Além disso, o Bradesco destacou a importância dos Estados Unidos como parceiro comercial do Brasil, ocupando a segunda posição, atrás apenas da China. Em 2024, os EUA representaram 12% das exportações brasileiras, somando US$ 40,4 bilhões, enquanto o Brasil importou produtos norte-americanos no valor de US$ 40,7 bilhões. A balança comercial entre os dois países foi quase equilibrada, com a corrente de comércio atingindo US$ 81,1 bilhões, ou 3,6% do PIB brasileiro.