Em várias cidades brasileiras, o número de beneficiários do Bolsa Família ultrapassa a quantidade de domicílios, o que levanta suspeitas de irregularidades no programa. A situação é mais evidente em municípios como Serrano do Maranhão e São Paulo de Olivença, onde o número de famílias no programa excede o de residências. Embora o governo federal defenda que a discrepância pode ser explicada pelo aumento populacional desde o último Censo e pela convivência de múltiplas famílias em um único domicílio, especialistas alertam para a possibilidade de fraudes.
O Ministério do Desenvolvimento Social tem realizado verificações cadastrais desde 2023 para combater fraudes no programa, e medidas de controle, como a conferência de renda e a atualização de dados a cada dois anos, estão sendo aprimoradas. Apesar dos esforços para evitar irregularidades, cidades com uma alta dependência do Bolsa Família, especialmente no Norte e Nordeste do Brasil, continuam a apresentar índices alarmantes de beneficiários. Cidades com mais de 80% de domicílios beneficiados já são vistas como áreas de risco para fraudes.
A economista Carla Beni destacou que a presença de um número elevado de beneficiários em relação aos domicílios é um indicativo claro de necessidade de investigação. Em algumas localidades, a dependência do programa chega a níveis extremos, gerando um ciclo de dependência social que pode afetar o desenvolvimento econômico. O governo promete intensificar a fiscalização e melhorar as ferramentas de controle, como a Rede Federal de Fiscalização do Bolsa Família, para garantir a eficiência e a transparência do programa.