O Bolsa Família, que celebra 22 anos em 2025, tem sido um dos principais programas de assistência social do Brasil, atingindo números recordes de beneficiados e valores gastos nos últimos tempos. Embora tenha alcançado sucessos na redução da pobreza e miséria, seu impacto na mobilidade social ainda é limitado. Especialistas afirmam que, apesar de seu papel importante no combate à fome, o programa não conseguiu interromper a transmissão da pobreza entre gerações devido ao baixo crescimento econômico do país e a falta de geração de empregos suficientes.
Nos últimos anos, o valor do benefício foi elevado e o número de beneficiados aumentou consideravelmente, especialmente após a pandemia de Covid-19, quando o programa foi transformado no Auxílio Brasil. No entanto, especialistas apontam que a continuidade deste modelo pode gerar um grande desequilíbrio fiscal, comprometendo a sustentabilidade das finanças públicas. O gasto com o Bolsa Família subiu significativamente, representando 1,5% do PIB em 2023, o que levanta preocupações sobre sua viabilidade a longo prazo.
Para que o programa cumpra seu papel de forma mais eficaz, economistas sugerem uma reformulação que melhore sua eficiência e o combine com outras políticas públicas, como educação, saúde e geração de empregos. A ideia é que, ao criar condições para que as famílias saiam do ciclo da pobreza, o programa não se torne um obstáculo ao ingresso no mercado de trabalho. Assim, seria necessário um acompanhamento contínuo para garantir que as pessoas possam transitar de forma eficaz do benefício para a independência econômica, evitando a dependência do programa a longo prazo.