Em São Paulo, muitos foliões estão preferindo participar de blocos de rua não oficiais, ou clandestinos, como forma de fugir da superlotação e da burocracia dos blocos regulamentados pela prefeitura. Esses blocos geralmente são organizados de forma espontânea por músicos e grupos independentes, sem o apoio direto das autoridades municipais, o que permite mais autonomia sobre horários e trajetos. A comunicação sobre os eventos acontece de maneira mais restrita, por meio de redes sociais, com o objetivo de manter o ambiente controlado e evitar aglomerações excessivas.
A resistência política e cultural também é um dos pilares desses blocos, que se posicionam contra a privatização do espaço público e a falta de apoio do poder público. Para os organizadores, a burocracia necessária para legalizar um bloco muitas vezes representa um obstáculo, com riscos de multas e repressão policial. Além disso, a organização desses blocos inclui medidas para minimizar os impactos nas comunidades locais, como a contratação de empresas de limpeza e a conscientização dos foliões sobre a preservação do ambiente durante os cortejos.
O financiamento desses blocos é um grande desafio, e os organizadores buscam recursos por meio de vaquinhas virtuais, shows privados e doações durante os desfiles. Mesmo sem o apoio institucional, os blocos clandestinos oferecem uma experiência mais íntima e segura para os foliões, em comparação com os grandes blocos patrocinados. Essa proposta tem atraído um público que valoriza a proximidade e a sensação de pertencimento a uma comunidade que vai além do carnaval, com amizades duradouras e um compromisso com a ocupação cultural do espaço público.