O bitcoin apresentou forte volatilidade nesta sexta-feira (28) em meio à incerteza sobre um acordo de exploração de minerais na Ucrânia, que não foi assinado pelos Estados Unidos após uma discussão entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky. A falta de avanços nesse pacto, somada ao aumento da aversão ao risco impulsionado pela ofensiva tarifária do governo norte-americano, pressionou os mercados. Pela manhã, a criptomoeda chegou a cair para menos de US$ 80 mil, registrando seu menor nível em três meses e meio, mas conseguiu recuperar parte das perdas ao longo do dia, sendo negociada acima dos US$ 85 mil em determinados momentos.
Apesar da recuperação parcial, o sentimento no mercado cripto seguiu cauteloso. A declaração de Anthony Scaramucci, fundador da SkyBridge Capital, sugerindo que o bitcoin pode atingir US$ 180 mil até o final do ano, ajudou a impulsionar a moeda digital. No entanto, a volatilidade persistiu devido à saída de capital de ETFs lastreados na criptomoeda e à falta de avanços em um ambiente regulatório mais favorável. Analistas apontam que a dificuldade do bitcoin em se consolidar como reserva de valor, aliada à lentidão nas transações, limita seu potencial como meio de troca.
Do ponto de vista técnico, especialistas indicam que a recente queda pode ser uma correção natural, dado o expressivo ganho de 125% desde julho de 2024. Caso a recuperação se mantenha, as próximas resistências estão projetadas em US$ 91.775 e US$ 94.300. Por outro lado, se a pressão vendedora continuar, o bitcoin pode buscar suporte entre US$ 78.800 e US$ 75.900. O cenário segue incerto, com os investidores monitorando desdobramentos políticos e econômicos que possam influenciar o mercado.