Beto Simonetti foi reeleito nesta sexta-feira, 31, para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cargo que ocupará até 2028. Esta é a primeira vez, desde a redemocratização, que um presidente da OAB é reeleito. Desde que assumiu o cargo em 2022, Simonetti tem adotado um perfil institucional mais focado em questões corporativas, afastando a entidade de disputas políticas, o que contrasta com a postura do seu antecessor. Durante sua gestão, ele tem trabalhado para garantir a defesa das prerrogativas dos advogados, como a preservação do direito à sustentação oral nos tribunais, um tema central em seu segundo mandato.
Simonetti também tem se posicionado contra a limitação da sustentação oral por tribunais em algumas modalidades de recurso. Após tentativas frustradas de mediação com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a OAB apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir a plena realização da sustentação oral e invalidar julgamentos que desrespeitem essa prerrogativa. Em seu discurso, o presidente reeleito mencionou críticas à postura de algumas autoridades do Judiciário, que, segundo ele, prejudicam direitos fundamentais dos advogados.
A eleição ocorreu em Brasília, no auditório externo do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde Simonetti foi reeleito por unanimidade, recebendo os 81 votos dos conselheiros federais. A nova diretoria da OAB foi também composta por Felipe Sarmento, vice-presidente; Rose Morais, secretária-geral; Christina Cordeiro, secretária-geral-adjunta; e Délio Lins e Silva Júnior, diretor-tesoureiro. Simonetti, advogado desde 2001, possui vasta experiência na OAB, tendo ocupado diversas funções, como conselheiro federal e coordenador nacional do Exame de Ordem.