O processo de deportação de brasileiros dos Estados Unidos tem deixado muitos imigrantes com dificuldades para reaver bens pessoais que ficaram para trás. Os especialistas em imigração destacam que, frequentemente, esses itens ficam perdidos, já que a responsabilidade pela guarda deles é exclusiva dos deportados, e os processos legais para recuperá-los são burocráticos e caros. Muitos deportados, como o caso de André dos Santos e Pedro Henrique Torres, relataram ter deixado para trás objetos de valor sentimental e documentos importantes, sem poder contar com o apoio das autoridades brasileiras ou americanas para resolver essa situação à distância.
Em resposta a esses relatos, as autoridades brasileiras, como o Itamaraty, afirmam que não têm ingerência sobre os bens deixados, sendo a responsabilidade integral do deportado. Embora algumas opções possam ser exploradas, como a busca por conhecidos no país de origem ou empresas especializadas, os custos envolvidos e a falta de garantias tornam a recuperação dos bens um processo complexo. A situação é agravada pela ausência de um acordo internacional claro sobre os direitos dos deportados, o que torna difícil garantir a proteção dos bens pessoais ou a devolução deles.
Além disso, o governo dos Estados Unidos não se responsabiliza pelos bens dos deportados, considerando que as expulsões são uma sanção administrativa e não penal. A falta de um sistema jurídico internacional eficaz torna a situação ainda mais desafiadora para os deportados, que, muitas vezes, não conseguem sequer acessar seus próprios recursos financeiros deixados em contas bancárias. Especialistas sugerem que, apesar de alguns recursos como a assistência de ONGs e a solidariedade de familiares possam ser úteis, a recuperação de bens pessoais envolve um longo e custoso processo, que muitos imigrantes não têm condições de enfrentar.