Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) desenvolveu uma bateria inovadora utilizando casca de café para substituir o grafite, um dos principais componentes das baterias tradicionais. A casca de café, rica em carbono, foi tratada por um processo de carbonização, o que aumentou o percentual de carbono presente no material, tornando-o adequado para ser usado no ânodo das baterias. A ideia de substituir o grafite, um mineral não renovável, visa criar uma alternativa mais sustentável e econômica, já que a casca de café é um subproduto abundante da indústria cafeeira.
O processo de carbonização da casca de café, que eleva o teor de carbono de 50% para 90%, também remove impurezas como celulose e lignina, melhorando a eficiência das reações químicas da bateria. Para alcançar as mesmas características do grafite, foi necessário adicionar nióbio ao material. Embora o nióbio não seja um material sustentável, o Brasil possui grandes reservas desse mineral, o que alinha o projeto com a proposta de utilizar recursos nacionais na fabricação das baterias.
Os testes realizados com a nova bateria mostraram resultados promissores, com uma durabilidade superior a 100 ciclos de carga e descarga, além de um aumento na capacidade de armazenamento de carga. A utilização de casca de café nas baterias pode beneficiar economicamente o Sul de Minas, contribuindo para a economia circular ao reduzir o descarte de resíduos e agregar valor aos produtos agrícolas. A inovação tem o potencial de oferecer uma fonte de energia mais barata e sustentável, ao mesmo tempo em que impulsiona a economia local.