A abertura do ano legislativo no Congresso Nacional revelou um novo episódio da chamada “batalha dos bonés”, que simboliza a crescente polarização política no Brasil. No plenário da Câmara, parlamentares de diferentes correntes ideológicas usaram bonés para expressar suas posições. Lulistas, identificados pelo boné azul com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, se posicionaram em resposta ao gesto do governador de São Paulo, que, em janeiro, apareceu com um boné vermelho associado ao trumpismo, movimento que reflete a ala bolsonarista.
A disputa simbólica do uso dos bonés começou com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e rapidamente se espalhou para o cenário político nacional. Durante a eleição para a presidência do Senado, aliados do governo Lula também adotaram bonés com mensagens políticas, destacando a estratégia de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, que buscou incluir uma mensagem de identificação popular nas cores do boné azul.
No entanto, a situação ganhou um novo contorno em 3 de fevereiro, com a entrada de bolsonaristas no plenário usando bonés verde e amarelo, cores características do movimento bolsonarista. Eles carregaram a frase “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”, e, além dos bonés, trouxeram picanha e café para criticar o governo atual, especialmente em relação ao aumento dos preços dos alimentos. O uso desses símbolos evidencia a tensão política e a luta por espaço nas narrativas que dominam o cenário político do país.