A recente denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o sigilo levantado da delação de seu ajudante de ordens, Mauro Cid, geraram tensões no Congresso, culminando em discussões acirradas entre parlamentares. A denúncia e o desentendimento resultaram em uma suspensão da sessão da Câmara, evidenciando a polarização crescente entre os aliados de Bolsonaro e a base governista. A oposição, por sua vez, busca intensificar o debate sobre a atuação do STF e a anistia a envolvidos no 8 de janeiro, com expectativas de que o foco no ex-presidente possa enfraquecer a proposta de perdão a golpistas.
No campo governista, a denúncia contra Bolsonaro é vista como uma forma de desviar as atenções da queda na popularidade do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrenta sua pior avaliação de governo. Com o baixo índice de aprovação registrado recentemente, aliados de Lula acreditam que, ao manter o tema sobre Bolsonaro em destaque, podem amenizar a pressão sobre o Planalto, especialmente diante dos tropeços econômicos e na comunicação do governo. No Congresso, a estratégia é vista como uma forma de afastar o debate sobre a anistia aos golpistas e enfraquecer as tentativas da oposição.
A oposição, ciente da crise, está se preparando para intensificar suas estratégias até 2026. O ex-presidente Bolsonaro, que busca reverter sua inelegibilidade, começa a se posicionar como pré-candidato e a convocar seus apoiadores. Parlamentares da oposição, inspirados nas táticas adotadas durante a Operação Lava Jato, planejam mobilizações, com destaque para as manifestações marcadas para 16 de março, em apoio à anistia. O fortalecimento de pautas como a revisão da Lei da Ficha Limpa também faz parte da agenda da oposição.