Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros, a Selic, de 12,25% para 13,25% ao ano, marcando a quarta alta consecutiva. O Copom destacou que as expectativas de inflação subiram significativamente nos últimos meses, com destaque para a alta dos preços de alimentos, impulsionada pela estiagem e pelo aumento das carnes. O cenário de alta do câmbio também pressionou os preços e as margens, o que deve refletir em novos aumentos nos bens industrializados.
A instituição projetou que, caso as expectativas se confirmem, a inflação deverá ultrapassar o limite superior da meta por pelo menos seis meses consecutivos, o que configuraria descumprimento da meta de inflação para o ano de 2025. A partir de 2025, entra em vigor o regime de meta contínua, com a meta de 3%, podendo variar entre 1,5% e 4,5%. Caso a meta não seja cumprida, o Banco Central terá que enviar uma carta pública ao Ministério da Fazenda, justificando os motivos.
Além disso, o Copom criticou a atual política fiscal e a condução das contas públicas, apontando que a falta de previsibilidade e a incerteza fiscal podem aumentar a taxa de juros neutra da economia, afetando a política monetária e o processo de desinflação. A instituição destacou que, para combater as pressões inflacionárias, o BC tem adotado a Selic como principal ferramenta, com uma visão voltada para as projeções de inflação futuras e não para os índices de preços recentes.