A bancada evangélica, uma das maiores do Congresso Nacional, antecipou para terça-feira (25) a eleição do novo presidente, em um cenário de polarização interna. Pela primeira vez, a escolha será feita por voto, devido à divisão interna do grupo, que antes tomava decisões por consenso. A eleição ocorre em um contexto delicado, com a proximidade do feriado de Carnaval, o que pode reduzir o quórum de congressistas presentes. Os candidatos são os deputados Gilberto Nascimento (PSD-SP), Otoni de Paula (MDB-RJ) e Greyce Elias (Avante-MG), que expressaram boas expectativas para o pleito.
A bancada evangélica, que conta com 219 deputados e 26 senadores, enfrenta um clima de polarização, com Nascimento e Otoni de Paula representando diferentes facções do grupo. Enquanto Nascimento adota uma postura mais conservadora, Otoni busca um diálogo com o governo, o que gerou divisões dentro da frente. Otoni, embora rejeite ser alinhado ao governo de Lula, afirma que a bancada precisa estabelecer um diálogo político mais forte, à semelhança de outras frentes parlamentares, como a do agronegócio.
Greyce Elias, por sua vez, defende a unificação e fortalecimento da bancada, propondo uma maior articulação política e presença nas comissões estratégicas do Congresso. Em suas propostas, ela destaca a importância de resgatar o trabalho pastoral do grupo. A eleição ocorre em um momento crucial, pois o eleitorado evangélico tem se tornado cada vez mais influente nas decisões políticas, com o governo Lula buscando aproximar-se desse segmento, embora enfrente resistência. A bancada tem se posicionado firmemente em defesa de pautas conservadoras, como a proibição do aborto.