A bancada evangélica, grupo de parlamentares com forte influência no Congresso Nacional, vive um momento de transformação, especialmente após a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder. Historicamente, essa bancada se alinhou aos governos em diversas questões, como economia, independentemente da orientação política. Contudo, com a ascensão de Jair Bolsonaro, houve uma afinidade ideológica mais forte, criando um vínculo especial entre o presidente e esse grupo. Com a mudança para o governo Lula, a relação passou a ser mais distante, o que representa um desafio para o atual governo na busca por essa aproximação.
O crescimento da bancada evangélica, embora mais lento do que no passado, continua sendo relevante no cenário político. Hoje, o número de deputados evangélicos na Câmara é de cerca de 90 a 100, enquanto no Senado a presença é entre 10 a 15. Essa bancada é formada por diferentes segmentos, com a Igreja Universal, por exemplo, consolidando sua presença no Partido Republicanos. No entanto, a diversificação de membros e a busca por uma maior abertura política também trouxeram novos desafios, com um movimento em direção ao centro político, embora com uma base cada vez mais conservadora e à direita.
A história da bancada evangélica remonta à década de 1960, quando o primeiro pastor foi eleito deputado federal, com o apoio de sua igreja. Porém, foi durante a Constituinte de 1986 que se consolidou a formação da bancada evangélica, que visava proteger a posição da religião em um contexto político tenso. Hoje, a Frente Parlamentar Evangélica é uma entidade que reúne parlamentares de diversos partidos e ideologias, sendo uma das principais plataformas de atuação dessa bancada. A organização dessa frente permite um planejamento estratégico das pautas de interesse evangélico, embora ainda dependa de apoio de parlamentares não evangélicos para alcançar seus objetivos.