O bacalhau, um dos pratos mais tradicionais das festas de fim de ano, é um alimento com uma curiosidade: não representa uma única espécie de peixe, mas sim um grupo de espécies, sendo as mais comuns as do Porto e o Cod. Embora não seja encontrado nas águas de Portugal e Brasil, esses países estão entre os maiores consumidores mundiais, com os portugueses consumindo cerca de 15 kg por ano. A popularidade do bacalhau deve-se, em parte, à sua fácil conservação por meio da salga e secagem, um processo que remonta à época dos vikings e que se consolidou na Marinha portuguesa no século 14, ajudando os navegadores europeus a prolongar o armazenamento do peixe em viagens marítimas longas.
No Brasil, o bacalhau foi introduzido por meio da influência portuguesa, tornando-se um prato obrigatório em celebrações como o Natal e a Páscoa, com receitas tradicionais como a bacalhoada e o bolinho frito. Além disso, é considerado um alimento versátil e de grande importância na culinária portuguesa, com mais de 1001 receitas diferentes. A pesca do bacalhau, no entanto, enfrenta dificuldades devido à sobrepesca, especialmente no Atlântico Norte, e medidas para garantir a sustentabilidade das populações do peixe têm sido adotadas ao longo dos anos.
O bacalhau é um alimento nutritivo, rico em proteínas magras, ácidos graxos ômega-3, vitaminas A e D e minerais como fósforo e selênio. Seu óleo, extraído do fígado do peixe, também é amplamente utilizado em suplementos alimentares devido aos benefícios para a saúde. Para garantir que a pesca seja realizada de maneira responsável e sustentável, o mercado tem se voltado para bacalhau com origem certificada, assegurando práticas que respeitam o equilíbrio ecológico e a preservação das espécies.