A Bolsa brasileira enfrenta a maior seca de ofertas públicas de ações (IPOs) dos últimos anos, com expectativas de uma recuperação a curto prazo ainda distantes. Mesmo que o cenário externo mostre sinais de retomada, especialistas acreditam que o mercado brasileiro só reagirá quando houver um indicativo claro de queda nas taxas de juros. Empresas continuam se preparando para a abertura de capital, mas o ritmo de novas emissões permanece baixo devido às incertezas macroeconômicas.
A reversão dessa tendência depende, segundo o CEO da B3, de um ajuste fiscal mais robusto e da sinalização de que a política monetária do Banco Central começará a mudar. O momento atual, com juros elevados, faz com que a recuperação do mercado de IPOs seja mais difícil em 2025. As empresas mais maduras e de setores tradicionais, como energia e finanças, devem liderar a próxima onda de emissões, uma vez que as condições favoráveis à retomada de ofertas se concretizem.
Embora o mercado de ações esteja enfrentando desafios, o CEO da B3 enfatiza que o financiamento via mercado de capitais continua a crescer, especialmente em produtos de dívida. Para ele, o Brasil apresenta oportunidades interessantes para investidores, dado que os preços das empresas estão abaixo do que deveriam, refletindo incertezas sobre a sustentabilidade fiscal do país, mas sem risco iminente de insolvência. A falta de uma solução fiscal definitiva, contudo, ainda é um obstáculo para a confiança dos investidores.