Recentemente, o lançamento do assistente de inteligência artificial DeepSeek-V3 pela empresa chinesa DeepSeek gerou grande repercussão no mercado de tecnologia. Com desempenho comparável aos modelos líderes do setor, mas com um custo de desenvolvimento significativamente menor, o DeepSeek-V3 superou o ChatGPT em popularidade na App Store dos Estados Unidos. Esse avanço destaca o crescente protagonismo da China no campo da inteligência artificial, colocando em evidência não apenas as inovações tecnológicas, mas também as diferentes abordagens sobre o uso de dados pessoais, especialmente em países com legislações divergentes.
A proteção de dados pessoais é um tema central no debate sobre a inteligência artificial, com diferentes países adotando legislações para regulamentar o uso dessas informações. Nos Estados Unidos, as leis variam por estado, enquanto na União Europeia o GDPR impõe regras rígidas sobre consentimento e sanções. Na China, por outro lado, embora existam leis como a PIPL, o governo mantém acesso irrestrito aos dados, o que gera preocupações sobre privacidade e segurança. No Brasil, a LGPD busca garantir a transparência na coleta de dados, mas ainda enfrenta desafios na fiscalização e aplicação eficaz.
Diante do crescente uso de tecnologias de IA estrangeiras, a soberania digital torna-se uma questão essencial. A dependência de empresas externas para serviços de IA traz riscos relacionados à manipulação de dados e controle governamental. Para mitigar esses desafios, especialistas sugerem a “desclaudilização”, ou seja, o investimento em tecnologias nacionais e a criação de soluções que permitam o armazenamento e processamento de dados dentro das jurisdições locais. Isso requer a colaboração entre governos, empresas e universidades para construir infraestruturas seguras e autossuficientes.