O presidente da Câmara, Hugo Motta, gerou discussões ao afirmar que os ataques em Brasília, em 8 de janeiro, não configuraram uma tentativa de golpe de Estado. Sua declaração foi recebida com elogios por aliados políticos, mas também levantou questões sobre as intenções por trás dessa fala. Segundo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a menção à anistia dos eventos de janeiro teria como pano de fundo outra proposta de perdão: uma possível anistia para investigações de irregularidades nas emendas parlamentares.
Motta e outros líderes do Congresso têm se mostrado dispostos a aumentar a transparência nas emendas, sugerindo que qualquer bloqueio ou irregularidade não seja investigado. A ideia é aplicar novas leis para a gestão de emendas a partir de 2024, sem reavaliar o que ocorreu antes disso. Enquanto isso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, defendeu a transparência nas emendas, mas com a ressalva de que não se deve criminalizar excessivamente aqueles que não seguiram todos os trâmites licitatórios.
A situação ganhou atenção após o STF determinar a abertura de um inquérito pela Polícia Federal, com o objetivo de apurar possíveis práticas criminosas na destinação das emendas parlamentares. Para ministros da corte, a discussão sobre a anistia ao 8 de janeiro pode ser uma tentativa de criar um acordo político que favoreça a diminuição das investigações sobre irregularidades passadas nas emendas, mais do que uma real preocupação com os eventos de janeiro.