O preço do café arábica registrou 14 recordes consecutivos nas últimas semanas, impulsionado pelo aumento no custo de negociação na bolsa ICE. Esse fenômeno foi exacerbado pela decisão da ICE de elevar as margens de negociação em 10%, o que gerou um impacto significativo nos traders, especialmente aqueles que mantêm posições vendidas. Esses traders são obrigados a fazer pagamentos substanciais para garantir que possam cobrir possíveis perdas, aumentando ainda mais a volatilidade do mercado.
Com o aumento das margens, o mercado de café tem se tornado cada vez mais tenso, pois os traders enfrentam dificuldades financeiras devido à alta dos preços. Muitos deles são forçados a liquidar suas posições, o que acaba sustentando os preços altos na bolsa. Esse cenário reflete a situação crítica vivida por algumas das principais empresas de comércio de café, que já enfrentam problemas financeiros, como a reestruturação de dívidas de algumas companhias no Brasil, o que pode levar a falências caso não haja uma solução rápida.
Os analistas destacam que o risco de novos problemas financeiros é elevado, com muitas linhas de crédito dos traders já esticadas ao limite. A situação se agrava ainda mais pelo fato de que, em um mercado de alta, muitos traders não estão conseguindo fazer hedge, o que torna a situação mais instável. A expectativa é de que a aceleração dos fluxos de exportação do Brasil possa ajudar a estabilizar o mercado mais adiante, mas, no curto prazo, a situação continua preocupante.