O nascimento de gêmeos tem se tornado cada vez mais comum, especialmente em cidades como Campinas (SP), onde o índice de partos gemelares registrou um aumento significativo entre 2016 e 2024. Em 2024, a cada mil nascimentos, 35 eram de gêmeos, o maior número registrado nos últimos nove anos. Esse crescimento ocorre em um cenário em que a taxa de natalidade geral vem diminuindo, o que faz com que a proporção de gêmeos e trigêmeos aumente. Um estudo da Universidade de Oxford também aponta um crescimento global de pelo menos 10% na taxa de gestações gemelares nos últimos 30 anos.
Dois fatores principais explicam esse aumento. Primeiro, as gestações tardias, que se tornaram mais comuns com o adiamento da maternidade em regiões mais desenvolvidas. Mulheres acima de 35 anos têm maior chance de liberar mais de um óvulo durante a ovulação, aumentando as probabilidades de uma gestação gemelar. O segundo fator é o uso de técnicas de reprodução assistida, como a indução da ovulação e a transferência de múltiplos embriões, que também favorecem a gestação de múltiplos bebês.
Em Campinas, a situação é ainda mais relevante devido ao Caism-Unicamp, que é referência no cuidado de gestantes de alto risco, incluindo aquelas com gestações gemelares. Apesar da queda no número de nascimentos gerais, o hospital mantém uma alta taxa de partos múltiplos, refletindo um aumento na proporção de gêmeos e trigêmeos. A cidade continua sendo um polo de referência para esse tipo de atendimento especializado, o que contribui para o maior número de registros de partos gemelares na região.