O número de mortes cometidas por policiais militares em serviço na cidade de São Paulo teve um aumento significativo em 2024, chegando a 184 casos, um crescimento de mais de 100% em relação aos 82 casos registrados em 2023. Esse aumento de letalidade interrompeu uma tendência de queda observada desde 2021, quando o uso de câmeras corporais pelos policiais foi implementado. A gestão estadual argumenta que investe em capacitação contínua e na aquisição de equipamentos não letais para reduzir a violência policial, mas especialistas apontam que a prioridade deveria ser o fortalecimento dessas tecnologias e a preparação dos policiais para lidar com situações cotidianas sem recorrer à violência.
Além da capital paulista, outros locais no Estado, como a Baixada Santista, também registraram aumento de ocorrências envolvendo a polícia, sendo a região um ponto estratégico para o tráfico de drogas. Operações de segurança têm sido realizadas com frequência, mas, ao mesmo tempo, há denúncias de abusos por parte de agentes das forças de segurança. Especialistas alertam que uma maior letalidade não necessariamente contribui para o combate ao crime organizado e que um melhor controle sobre as operações é necessário para garantir a eficácia das intervenções.
Em resposta ao aumento das mortes, a Secretaria da Segurança Pública do Estado tem enfatizado a importância de rigorosas investigações de todas as ocorrências envolvendo mortes de civis em ações policiais. A gestão também reconhece que o discurso adotado pelo governo influencia a atuação da polícia, mas reafirma que medidas de controle e acompanhamento estão sendo implementadas para ajustar os procedimentos operacionais sempre que necessário. O debate sobre o papel das forças de segurança continua, com apelos para mais investimento em medidas preventivas e em tecnologias de controle e monitoramento.
